quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

(Não) Seja simpático!

Enquanto isso, no supermercado...

- O total foi de 42, 90 senhora.
- Aqui, no débito.
- A senha por favor... E aí, como está a vida? Trabalhando muito?
- Não não, estou de férias.
- Ah! É? Que delícia. Você faz o que? É professora? Tem cara de professora...
- Não, não. Sou enfermeira.
- Aqui em Tatuí mesmo?
- Não, em Angatuba, uma cidadezinha aqui perto.
- É enfermeira há muito tempo?
- Bastante.
- Ah sim, e gosta?
- Sempre gostei.
- Que bom. Está aqui o cartão, senhora. Tenha um ótimo dia.
- Obrigado, você também.

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- Credo, que menino curioso esse do caixa, filha.


É, vivendo num mundo onde simpatia é sinônimo de intromissão.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Feliz Ano Novo?



"Mude, mas mude devagar. Pois a direção é mais importante que a velocidade."

Desde que 2009 se foi, ela estava ouvindo as mesmas frases, repetidamente, como num eco. Mas esse não parecia estar se afastando como de costume. Ouvia as mesmas expectativas, os mesmos desejos, as mesmas esperanças, de pessoas totalmente diferentes. Desejavam deixar 2009 para trás o quanto antes. Logo ele, que não fez nada de errado, que não foi nem de longe um daqueles anos marcado por tragédias. Não se importaram, queriam o tão sonhado "ano novo" logo. E 2010 veio, sem que ela pudesse perceber.
Tinha certeza de que 2010 preferia ter chego de mansinho, aos poucos, para que todos pudessem se acostumar com ele. Pelo contrário, queriam-no depressa, rápido, sem tempo para adaptações.  Teve medo. Por que é que todo mundo espera tanto de um ano novo? Por que tanta ânsia para que as coisas mudem? Ela gosta da mudança, do movimento, e até mesmo do novo, mas não gosta quando o desespero se mete entre eles. E as pessoas pareciam estar exatamente assim: desesperadas.
Sentiu-se culpada. Será que é pecado não ter pressa? Pensou que se a mudança viesse rápido demais, talvez as coisas saíssem do controle, e ela não gosta de perder o controle.
Buscou abrigo naquele em quem mais confiava e ficou feliz ao perceber que o mesmo também não tinha pressa. Assim como ela, tinha planos, mas não pressa. Depois de perdoar a si mesma por estar tão acomodada, permitiu-se pensar nas mudanças que espera desse novo ano e principalmente naquilo que ela deseja exatamente igual em 2010: Ele.


Feliz 2010 à todos. (Um tanto quanto atrasado, já que não tenho pressa.)
Que esse novo ano seja repleto de coisas antigas.